O Conselho Regional de Química – 18ª Região/Piauí, com o apoio do Conselho Federal de Química (CFQ) e da Universidade Federal do Piauí (UFPI), realizou, nos dias 28, 29 e 30 de abril, o 2º Simpósio de Cannabis e Química – Cann&Quim, com o tema: ‘A Química das Sementes, do Cultivo e dos Produtos de Cannabis, e a Sustentabilidade.’
Na solenidade de abertura do evento, a presidente do CRQ – 18ª Região/Piauí, Sandra Sousa, destacou a importância de fomentar o debate científico e multidisciplinar sobre a cannabis e seus derivados, com foco em suas aplicações terapêuticas, medicinais e industriais.
Em seguida, foi realizada a apresentação teatral do PIPETART, que promove a popularização da Química por meio da arte. Na sequência, ocorreu a Conferência de Abertura com o Prof. Dr. José Arimateia Lopes e a palestra da Dra. Daniela Bittencourt (Embrapa) sobre o Programa de Pesquisas com Sementes de Cannabis.
O evento reuniu estudantes e profissionais das áreas de Química, Farmácia, Biologia, Saúde, além de representantes dos setores industrial e associativo, juristas, parlamentares responsáveis por políticas públicas e cientistas atuantes no setor da cannabis. Eles discutiram os aspectos químicos envolvidos na cadeia produtiva de insumos e produtos derivados da planta.
“Tivemos mais de 250 inscritos no simpósio e trouxemos palestrantes de diferentes áreas do conhecimento para compartilhar informações relevantes com o público interessado em possibilidades profissionais ou em orientações sobre as propriedades medicinais da cannabis”, afirmou o conselheiro federal do CFQ e pesquisador do Departamento de Química da UFPI (DQ/UFPI), João Sammy Nery.
Durante o simpósio, os participantes também discutiram temas como a regulamentação, a diversidade de segmentos de mercado, o impacto econômico e a geração de empregos. Entre os destaques, estiveram a revisão da Resolução RDC nº 327/2019, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que regulamenta os ‘produtos de cannabis’ atualmente disponíveis em farmácias; os modelos de importação direta previstos na RDC nº 660/2022, também da Anvisa; o trabalho desenvolvido pelas associações de pacientes; a certificação e rastreabilidade de cultivares, com base nas novas normas da agência reguladora; e a criação de políticas públicas voltadas ao fomento da pesquisa científica.
“Já está claro que a Ciência Química é peça-chave para a ampliação do acesso a produtos à base de cannabis e, paralelamente, para a geração de emprego e renda por meio do desenvolvimento dessa cadeia produtiva”, comentou o conselheiro Ubiracir Lima, coordenador do GTC/CFQ.

No encerramento do evento, a presidente do CRQ – 18ª Região/Piauí, Sandra Sousa, reforçou a importância dos profissionais, acadêmicos e pesquisadores atuarem juntos na desconstrução de preconceitos relacionados ao uso da Cannabis. “Temos que batalhar com a ciência para provar e desmarginalizar a questão da Cannabis, que ainda causa transtornos e até certo desconforto quando é discutida”.

